A busca pela verdade sempre foi uma constante na vida humana, exceto àquelas pessoas que se julgam sábias ou talvez se encapsule numa bolha de sistemas sociais que não conseguem romper com suas camadas. Enfim o estado de acomodação conceitual em cada “ser humano” parece ser uma “anti-dinâmica” da vida. Pra quê questionar ou ir à busca da verdade se ao menos consegue viver sem essas verdades.
Num outro lado da vida existem incansáveis caçadores de verdades, teólogos, filósofos, cientistas, artistas e outros grupos de indivíduos que não se contentam com as verdades existentes e buscam a verdade absoluta pra tudo.
A maior ilusão, digo expectativa, dos que buscam essas verdades absolutas é de que realmente irão encontrar, quando não as encontram entram talvez em profundo desespero.
Numa hipótese qualquer é possível referenciar, por exemplo, um “pensador-operador” egípcio que não teve oportunidade de chegar até um setor da estrutura do governamental de um faraó e dizer que tal “pensador-operador” sugerisse uma novidade “simples”: a implantação de uma pirâmide, com base retangular? Este indivíduo pensante não é citado em nenhum livro histórico. Portanto a verificação deste tipo de situação é contida num conjunto universo “possível”. Sabe-se que alguém pensou, logo, uma implicação direta até pela comprovação da existência destas pirâmides. Está lá, no lugar, por enquanto uma prova concreta visível hoje. Mas onde está à prova de quem pensou? Quando ele pensou? Como ele pensou?
A busca pela comprovação factual por quem pensou são transferidas a quem politicamente influente no seu tempo se propôs a executar integralizando à patente política, os feitos e obras mirabolantes. Um acréscimo: não basta só concretizar esses feitos, é necessário também criar mitos e histórias que reforcem a publicidade perpétua da grande maravilha denominada pirâmide do Egito. O mito faz com que os conceitos e detalhes em torno da arquitetura das pirâmides se tornem maiores do que são.
Sobre as pirâmides talvez fosse fácil (que não é) dizer o que elas representam nos campos de conhecimentos histórico, filosófico, sociológico, teológico e outros mais. A propriedade das conceituações e julgamentos é que perdem o grau de veracidade em função do objeto observado e o observador deste objeto. Até que grau se pode considerar fidedigno o que se diz do objeto. E quanto ao observador até que grau se pode considerar o observador apto aos julgamentos.
O tempo, a matéria, os seres humanos e animais, vivem num universo amostral cujas relações se mantêm numa complexidade holística. A busca pela verdade em cada campo do conhecimento humano faz com que estudos e pesquisas cheguem a conclusões parciais sobre uma verdade absoluta. Um questionamento talvez óbvio: as conclusões parciais aferidas sobre um objeto de estudo somadas compõem realmente a verdade ou uma verdade? Ou seria necessário considerar a existência de pequenas verdades que se relacionem e produzem novas verdades. Ao passo que num pensamento geral nunca seria possível chegar à verdade completa.
O grande desafio humano é a organização extrema do conhecimento. Pra que serviria a organização extrema do conhecimento? É necessário se organizar tanto para obter as verdades? Será que a fragmentação micrométrica do conhecimento completa uma verdade total ou se viaja para mais um local onde se encontra as pequenas verdades (ou a verdade-incerteza) para não se conseguir mais voltar para o todo?
Considerar em parte certas verdades talvez nos mantivesse na dinâmica da vida sem que haja um desespero humano para encontrar a verdade total, a verdade absoluta e outras verdades.